Vivemos, pensamos e realizamos – eis o que é real. E que um dia
morreremos também é certo. Mas, deixando a Terra pela morte, para onde vamos,
onde aportará a nossa consciência? Que seremos após a morte? Estaremos melhor
ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou
para nunca mais; ou tudo ou nada; viveremos eternamente ou tudo se aniquilará de
vez? É uma questão... essa que se impõe.
Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e
ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá, que a sua hora de partir ainda
não chegou; dize-lhe, sobretudo, que será mais feliz do que porventura o tenha
sido, e o seu coração rejubilará. Mas, de que serviriam essas aspirações de
felicidade se um leve sopro pudesse dissipá-las?
Haverá algo mais desesperador do que esse pensamento da destruição
total? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente
adquiridos, tudo aniquilado, tudo perdido! De nada nos servirá, portanto,
qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos no devotamento à causa do progresso intelectual e moral, desde que de tudo isso
nada aproveitássemos, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de
nada nos servirá tudo isso. Se assim fora a sorte do homem seria cem vezes pior
que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos
seus apetites materiais, sem aspiração para o futuro. Alerta-nos uma secreta intuição que
não haveria nem mesmo sentido acreditar-se em Deus admitindo-se o nada para a Alma
além-túmulo.
texto: o porvir e o nada, cap 1, item 1 do Livro “O Céu e o
Inferno, autor Allan Kardec”
Voz Q Clama
Intensivo Difusão Espiritualidade Evangélica
– I D E
Voz do Espírito
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