terça-feira, 16 de maio de 2017

SER OU NÃO SER




      Vivemos, pensamos e realizamos – eis o que é real. E que um dia morreremos também é certo. Mas, deixando a Terra pela morte, para onde vamos, onde aportará a nossa consciência? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada; viveremos eternamente ou tudo se aniquilará de vez? É uma questão... essa que se impõe.

    Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá, que a sua hora de partir ainda não chegou; dize-lhe, sobretudo, que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará. Mas, de que serviriam essas aspirações de felicidade se um leve sopro pudesse dissipá-las?
    Haverá algo mais desesperador do que esse pensamento da destruição total? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo aniquilado, tudo perdido! De nada nos servirá, portanto, qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos no devotamento à causa do progresso intelectual e moral, desde que de tudo isso nada aproveitássemos, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de nada nos servirá tudo isso. Se assim fora a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos seus apetites materiais, sem aspiração para o futuro. Alerta-nos uma secreta intuição que não haveria nem mesmo sentido acreditar-se em Deus admitindo-se o nada para a Alma além-túmulo.

texto: o porvir e o nada, cap 1, item 1 do Livro “O Céu e o Inferno, autor Allan Kardec”

Voz Q Clama
Intensivo Difusão Espiritualidade Evangélica – I D E
Voz do Espírito




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