sábado, 29 de abril de 2017

INFERNO ETERNO




Condenações impostas por toda a eternidade ao Espírito desorientado em seus erros e maldades - haverá de fato?

Gravitar para a unidade divina, eis o fim da Humanidade. E para atingi-lo três coisas são necessárias: a justiça, o amor, e a ciência. Porém, três coisas lhe são opostas e contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça. Pois bem! Digo-vos em verdade, que mentis a estes princípios fundamentais comprometendo a ideia de Deus, com o lhe exagerardes a severidade. Duplamente a comprometeis deixando que no Espirito da criatura penetre a suposição de que há nela mais clemência, mais virtude, mais amor, e verdadeira justiça do que atribuis ao Ser Supremo Criador. Destruís mesmo a ideia do inferno, tornando-o ridículo e inadmissível às vossas crenças, como o é aos vossos corações o horrendo espetáculo das execuções, das fogueiras e das torturas da Idade Média! Pois que! Quando banida se acha para sempre das legislações humanas a era das cegas represálias, é que esperais mantê-la no ideal?  Oh! Crede-me, crede-me, irmãos em Deus e em Jesus Cristo, crede-me; ou vos resignais a deixar que pereçam nas vossas mãos todos os vossos dogmas, de preferência a que se modifiquem ou, então os vivificai, abrindo-os aos bem fazejos eflúvios que os Bons Espíritos, neste momento, irradiam sobre vós.

A ideia dum inferno com seus “lagos de fogo eterno” pode ser tolerada, isto é, aceitável num século de muito atraso social; porém a partir dos novos tempos, não passa de vão fantasma, próprio quando muito para amedrontar pessoas ingênuas e em que estas se desenvolvendo um pouco à luz da razão e da justiça com equidade, logo deixam de crer. Se persistirdes nessa mitologia aterradora engendrareis a incredulidade, base de toda desorganização social.

Homens de fé racional e viva! Vanguardeiros do dia da luz! Mãos à obra para não manter fábulas que envelheceram e se desacreditaram; mas, para reavivar, revivificar a verdadeira sanção penal sob formas condizentes com os vossos costumes, os sentimentos e as luzes da vossa época.

Quem é, realmente, o culpado? É aquele que por um desvio, por um falso movimento da alma se afasta dos objetivos da Criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, e da justiça idealizado pelo arquétipo humano, pelo divino mestre Jesus.

Que é a penalidade! A consequência natural derivada do falso movimento, que é contrário ao bem, e que gera certa soma de dores necessária a desgostá-lo da sua deformidade pela experimentação do sofrimento expiatório. O corretivo é o aguilhão que estimula a alma pela amargura a se dobrar sobre si mesma, e buscar o porto de salvação. A expiação só tem por fim a reabilitação, a redenção. Querer eterno essa condenação, por uma falta não eterna, é negar-lhe toda a razão justa de ser.

Oh! Em verdade vos digo, cessai, cessai de por em paralelo, na sua eternidade, o bem a essência do Criador; com o mal, essência da criatura. Fora criar uma penalidade injustificável. Afirmai, ao contrário, o abrandamento gradual dos castigos e das penas pelas transgressões e consagrareis a unidade divina, tendo unidos o sentimento e a razão.

Comentários da questão 1009, pelo espírito do Apóstolo Paulo, em O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

                            Voz Q Clama
Intensivo Difusão Espiritualidade Evangélica – I D E
Voz do Espírito




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