PACTOS NOCIVOS

Algo de real haverá nos pactos que alguém faça com os maus Espíritos?

Questão 547 - O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Não; não há pactos. Há, porém, pessoas que cultivam em si mesmas o mau caráter e que atraem os maus Espíritos, lei de sintonia magnética: "os semelhantes se atraem". Por exemplo: uma pessoa que quer tem prazer em atormentar o seu próximo e tem essa tendência má e não sabe como fazê-lo. Chama então por Espíritos maléficos que, com ela se afinizam em coisas sinistras, e somente querem o mal, e para a ajudarem exigem que também os sirvas em seus maus desígnios. Mas, não se se segue que a pessoa a quem se deseja o mal fique vulnerável a esse mal, porque pode perfeitamente livrar-se dessa atuação maléfica por meio de uma conjuração oposta e pela ação da sua própria vontade. Aquele que intenta praticar uma ação maléfica pelo simples fato de alimentar essa intenção, chama em seu auxílio maus Espíritos, aos quais fica então influenciado a servir, porque dele também precisa esses Espíritos para o mal que queiram realizar. Nisto apenas é que consiste o acordo.

Nota: O fato de o homem ficar, às vezes na dependência dos Espíritos maus, nasce de se entregar aos maus pensamentos que estes lhe sugerem e não de estipulações quaisquer que com eles faça. O pacto, no sentido vulgar do termo, é uma alegoria representativa da simpatia existente entre um individuo de natureza má e os Espíritos malfazejos.

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ESPÍRITOS EM GUERRA

Durante a Guerra: Após a morte carnal os Espíritos que, quando encarnados guerreavam continuam a considerarem-se inimigos, e se conservam ainda encarniçados uns contra os outros no plano extrafísico?

Questão 547 - O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Nessas ocasiões o Espírito nunca está calmo. Pode acontecer que nos primeiros instantes depois da morte carnal ainda odeie o seu inimigo, e mesmo o persiga. Quando, porém, se lhe restabelece a serenidade nas ideias, vê que nenhum fundamento há mais para sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou menos forte, conforme o seu caráter.

Questão 548 – O Espírito que, como espectador assiste calmamente a um combate observa o ato de separar-se da alma do corpo carnal? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à observação?

Resp: Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos o Espírito cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distingui-lo, a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a visão do corpo morto. Tendo a causa da existência do ser no Espírito, só ele prende atenção dos outros. É com ele que estes conversam, ou a ele e que fazem determinações. 

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SITUAÇÃO DOS ESPÍRITOS NUMA GUERRA

Numa Guerra: Pode alguma vez um General de Exército ser guiado por uma espécie de dupla vista, por uma visão intuitiva e que lhe mostre de antemão o resultado de seus planos?

Questão 545 - O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Isso se dá amiúde com o homem de gênio. É o que ele chama inspiração e o que faz que obre com uma espécie de certeza. Essa inspiração lhe vem dos Espíritos que o dirigem, os quais se aproveitam das faculdades que o veem dotado.

Questão 546 – No tumulto dos combates que se passa com os Espíritos daqueles que sucumbem nessa luta? Continuam após a morte carnal a interessar-se pela batalha?

Resp: Alguns continuam a interessar-se, outros se afastam.

Nota: Dá-se nos combates o que ocorre em todos os casos de morte violenta; no primeiro momento o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar morto. Parece-lhe que ainda toma parte na ação física. Somente pouco a pouco a realidade lhe surge no entendimento.

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ESPÍRITOS QUE SUSCITAM DISCÓRDIAS

Durante uma batalha, há Espíritos assistindo os combates e amparando cada a um dos Exércitos ali envolvidos?

Questão 541 - O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Sim, e que lhes estimulam a coragem.

Nota: Os antigos figuravam “os deuses” tomando o partido deste ou daquele povo. Esses “deuses” eram simplesmente Espíritos representados por alegorias.

Questão 542 – Estando numa guerra a Justiça sempre de um dos lados, como pode haver Espíritos que tomam partido dos que se batem por uma causa injusta?

Resp: Bem sabeis haver Espíritos que só se comprazem na discórdia e na destruição. Para esses a guerra é a guerra. A Justiça de causa pouco os preocupa.

Questão 543 – Podem alguns Espíritos influenciar o General na concepção de seus planos de campanha?

Resp: Sem dúvida alguma. Podem influenciá-lo nesse sentido, como com relação a todas as concepções.

Questão 544 – Poderia maus Espíritos suscitar-lhe planos errôneos com o fim de levá-lo à derrota?

Resp: Sim, é possível, mas, não tem ele o livre-arbítrio? Se não tiver critério bastante para distinguir uma ideia falsa sofrerá as consequências, e melhor  faria se obedecesse em vez de comandar.

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MASSAS ESPIRITUAIS

A produção de certos fenômenos, por exemplo: “das tempestades”, é obra de um só Espírito, ou muitos se reúnem formando grandes massas para produzi-los?

Questão 539 O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Reúnem-se em massas inumeráveis.

Questão 538 – Os Espíritos que exercem nos fenômenos da Natureza operam com conhecimento de causa, usando do livre-arbítrio, ou por efeito de instintivo ou irrefletido impulso?

Resp: Uns sim, outros não. Estabeleçamos uma comparação. Considera essas miríades de organismos microscópicos como "plâncton" que errantes em quantidades inumeráveis flutuam nas águas do mar. Julgas que não há aí um fim providencial e que essa transformação da superfície do globo não seja necessária a harmonia geral? Entretanto, são organismos de ínfima ordem que executam as necessidades na Natureza, e que são instrumentos da vontade de Deus. Pois bem, do mesmo modo, os Espíritos menos evolvidos oferecem utilidade ao conjunto. Enquanto se ensaiam para a vida inteligente, antes que tenham plena consciência de seus atos e esteja no gozo pleno do livre-arbítrio, são acionados para influenciar em certos fenômenos de que inconscientemente se constituem força ativa. Primeiramente a execução, mais tarde quando suas inteligências já houverem alcançado certo desenvolvimento ordenarão as coisas do mundo material. Depois poderão dirigir as do mundo moral. É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o Arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia e sustentação, na Criação de Deus, que o acanhado espírito humano ainda não pode apreender em seu conjunto total.    

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MITOLOGIA

A mitologia dos antigos se fundava inteiramente em ideias espíritas, com a única diferença de que consideravam os Espíritos: “divindades” “deuses”. Representavam esses “deuses” ou esses Espíritos com atribuições especiais. Assim, uns eram encarregados dos ventos, outros do raio, outros de presidir ao fenômeno da vegetação etc... Semelhante crença é totalmente destituída de fundamento?

Questão 537 O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Tão pouco é destituída de fundamento, que ainda está muito aquém da verdade.

A – Poderá então haver Espíritos que habitem o interior da Terra e movimentem os fenômenos geológicos?

Resp: Tais Espíritos não habitam positivamente a Terra. Presidem aos fenômenos e os dirigem sob a vontade de Deus de acordo com as atribuições que desempenham – “E, quanto aos Anjos (Espíritos) diz: o que de seus Anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo – Hebreus 1. 7”. Dia virá em que recebereis a explicação de todos esses fenômenos e compreendereis melhor, na Natureza.

Questão 538 – Formam categoria no “Mundo dos Espíritos”, os seres espirituais que presidem aos fenômenos da Natureza? Serão seres à parte, ou Espíritos que foram em algum tempo encarnados como nós humanos?

Resp: Que foram ou que serão.

A – Pertencem esses Espíritos às ordens superiores ou as inferiores na hierarquia espiritual?

Resp: Isso é conforme seja mais ou menos material mais ou menos inteligente o papel que desempenham. Uns dirigem, outros executam. Os que obedecem são sempre subalternos, cumpridores de uma ordem superior, assim entre os Espíritos como no mundo dos homens.

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AÇÃO DOS ESPÍRITOS NOS FENÔMENOS NATURAIS

São devidos as causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial os grandes fenômenos da Natureza, os que consideram como perturbação dos elementos?

Questão 536 O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.

A – Objetivam sempre o homem esses fenômenos?

Resp: As vezes têm, como imediata razão de ser, o homem, a maioria dos casos, entretanto, tem por único motivo o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia das forças físicas da Natureza.

B – Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem ação sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir?

Resp: Mas, evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus utiliza os agentes consagrados à sua Onipotência em todos os graus na escala dos Mundos.

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INFLUÊNCIAS ESPIRITUAIS

Será por influencia de algum Espírito que, fatalmente, a realização dos nossos projetos parece encontrar obstáculos?

Questão 534 O Livro dos Espíritos / Allan Kardec

Os Espíritos esclareceram:

Resp: Algumas vezes é isso efeito da ação dos Espíritos; e muito mais vezes, porém, é que andais errados na elaboração e na execução dos vossos próprios projetos. Muito influem nesses casos a posição e o caráter do indivíduo. Se vos obstinais em ir por um caminho que não deveis seguir, os Espíritos nenhum culpa têm dos vossos insucessos. Vós mesmos vos constituís em vossos maus gênios.

Questão 535: Quando algo de venturoso nos sucede é ao Espírito nosso protetor que devemos agradecê-lo?

Resp: Agradecei primeiramente a Deus, sem cuja permissão nada se faz, pois todo bem, toda boa dádiva, todo dom perfeito vem do Alto, descendo do Pai das Luzes (Tiago 1. 17); depois, aos bons Espíritos que foram os agentes da vontade soberana de Deus.

A – Que sucederia se nos esquecêssemos de agradecer?

Resp: O que sucede aos ingratos.

B – No entanto, pessoas há que não pedem nem agradecem e às quais tudo sai bem!

Resp: Assim é, de fato, mas importa ver o fim. Pagarão bem caro essa felicidade de que não são merecedores, pois quanto mais houverem recebido, tanto maiores contas terão que prestar - vide ensinamento de Jesus: “a quem muito se lhe for dado, muito mais lhe será cobrado” – Lucas 12. 48

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